Wednesday, March 28, 2007




Fisioterpia na Holanda....

Durante uma conversa que tive com um aluno do 4ºano de Avans sobre a fisioterapia aqui na Holanda ele referiu que actualmente procura-se actuar segundo uma corrente denominada "hands off"; como se está a ver pelo nome o fisioterapeuta procura que o utente seja independente no tratamento da sua condição/doença o mais cedo possível, sem criar deste modo um sentimento de dependência em relação às mãos milagrosas do terapeuta para se sentir bem.

É claro que isto não implica menos responsabilidade por parte do profissional de saúde; permite sim uma melhor gestão de tempo em determinadas situações. Uma quantidade considerável dos utentes que frequentam o PMC (Paramedisch Centrum) têm dor crónica a nível da cervical e lombar; no entanto muitos destes mesmos utentes apresentam boas estratégias de copping para lidar com a cronicidade da sua dor, são extremamente activos no dia-a-dia, e realizam os exercícios indicados pelo terapeuta. Portanto, nestes casos o tratamento passa exclusivamente por mobilizar a região responsável por causar as queixas (mantendo as amplitudes de movimento disponíveis para cada caso), diminuir a tensão dos músculos que apresentem maior tensão e ensino ao utente de cuidados a ter - evitar posturas prolongadas no tempo; controlar a intensidade de exercício/ actividade; realizar alongamentos. Assim, assiste-se a uma sensibilização no sentido de conferir uma maior autonomia ao utente(dentro dos seus limites) e diminuir a frequência do tratamento de fisioterapia, existindo utentes cuja frequência pode ser uma vez por mês, de 3 em 3 meses etc…


Claro que o ensino ao utente e a sensibilização para o seu papel activo no tratamento não é novidade para nós; acho que estamos cada vez mais sensibilzados para este ponto (parabéns aos terapeutas que têm batalhado por isso na ESSA ;) mas o mais surpreendente para mim é a facilidade com que observamos este comportamento aqui na Holanda porque a cultura, a educação,e o sentido de responsabilidade e de cumprimento de um plano de exercícios nesta população permite realmente o desempenho do papel activo no tratamento, e isso torna-se muito gratificante para o fisioterapeuta.



Em Portugal esse trabalho tem de ser continuado mas não podemos desistir!!! Acredito que podemos melhorar! =))

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